quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Explique-me a diferença


Incrível como a gente se ilude. Falo de preconceito racial. Não que eu acredite que o racismo tenha sido completamente eliminado da mentalidade das pessoas, porém fazia tempo que eu não ouvia algo tão explícito.
Esses dias eu atendi um cliente muito simpático. Daqueles que “dá gosto” de atender, porque ele vem com a idéia exata do que quer levar, do que precisa, do que escolher e sem cerimônias leva a mercadoria.
Conversamos durante um bom tempo depois que ele já havia pagado a mercadoria. Falamos sobre trabalho, ele me contou a cidade que morava, o porquê estava aqui, quando voltava. Falou dos filhos, dos irmãos que moram aqui no litoral, enfim, contou-me um pouco sobre a vida. Quando entramos em assuntos de dinheiro e emprego, crises financeiras relacionadas à temporada aqui de Balneário Camboriú, ele comentou, aliás, comentário que acabou com qualquer possibilidade de manter aquela conversa: “Se nossa economia dependesse, sem querer discriminar, das pessoas DE COR estaríamos todos pobres. Porque eles só querem saber de festa e carnaval”.(MAS SEM QUERER DISCRIMINAR, SEM QUERER). Fiquei sem reação. Apenas senti que meu rosto fechou-se, meu sorriso se escondeu e as poucas palavras que saíram foram meio incrédulas, apenas falei a ele que isso era a opinião de cada um.
Como é que pode alguém distinguir as pessoas pela cor? Juro, juro mesmo, que não entra na minha cabeça essa distinção. O que conceituo sobre isso é que são pessoas exatamente “tão pessoas quanto nós”, BRANCOS. Diferenciar isso é inexplicável para mim.
Não consigo visualizar nenhum argumento altamente explicativo para justificar qualquer ato preconceituoso. Aí já englobo o preconceito contra os gays, contra a mulher, contra as pessoas deficientes, contra idosos. É tanto pré-conceito, que tem algumas formas de “pré-conceitualização” que eu sei que tenho, porém não noto e conseqüentemente nem admito que eu os possua.
Porém já nem me iludo mais que isso um dia vá acabar. Eu li a Revista Super Interessante (Mês de Setembro – Matéria da Capa: 2ª Guerra Mundial. Tudo o que você sabe pode estar errado). Tem uma seção fixa na revista que se chama “E se...”, nesta edição o tema era “E se... Todos os humanos fossem da mesma cor?”. No primeiro parágrafo o jornalista Mauricio Horta, argumenta que a escravidão não teria acontecido, não haveria intolerância racial e nem o nazismo teria se disseminado e matado tantos negros. Mas já avisa ao leitor que isso é um engano.
Não é verdade, mesmo que todas as pessoas do mundo fossem azuis (como as fotos na matéria de Tom Jobim, Coco Chanel, Michael Jackson e Barack Obama – todos com o rosto azul), haveria alguma maneira de distinguir as raças. Na época em vivemos, com o conhecimento sendo uma importante arma para as nações, àquelas que se destacassem mais se sentiriam superior às outras. “Aí o argumento para o domínio não seria a diferença física, mas, sim, cultural, que justificaria a exploração dos mais fracos pelos mais fortes e daria origem a todo tipo de intolerância” (Mauricio Horta).
É natural do ser humano distinguir-se de alguma forma. Não me conformo com isso e não tolero esses preconceitos “comuns” que nossa sociedade tem. Porém, factualmente, se não fosse a cor, opção sexual, gênero, seria qualquer outro motivo para uns diferenciar-se dos outros.

sábado, 26 de setembro de 2009

Súplica Temporal

(TEMPO) Às vezes eu preciso dar um tempo de tudo. Na verdade, acho que todos precisam de vem em quando, sair um pouco da rotina. Mas digo rotina desde o trabalho, faculdade até das pessoas. Tem pessoas que vejo todo dia, toda hora e que por mais que eu tenha assunto pra semana toda, chega um momento que quero uma pausa desse cotidiano.
(SAUDADES) Sentir saudades faz bem também. Parece que o tempo passou e eu tenho chance de notar as diferenças e até alguns detalhes que sempre estiveram na pessoa, mas eu nunca havia reparado. É como se a saudade me ajudasse a pensar na pessoa com mais carinho e minuciosamente.
(CONVIVÊNCIA) A única coisa ruim de querer esse tempo é porque já cansei. A convivência já me faz perceber alguns defeitos e facilmente me irrito. É nesse momento que eu sinto que também preciso de uma pausa para mim.
(ATMOSFERA) Isso vem acontecendo muito nesses últimos tempos. Estou passando por diversos momentos de auto-reflexão, isso é bom, porém preciso do meu espaço. Sou mentalmente espaçosa, preciso de uma atmosfera colossal para meus pensamentos.
(MUNDO) Esses pensamentos que voam solitários por esse mundo. Vagam solitários e enganados, pois sabem que não estão sozinhos, porém não vêem uns aos outros.
(VIAGEM) Divagações bem duvidosas, no entanto não-provocadas. Sim, naturais. Fruto desse tempo que preciso dar com alguns aspectos físicos e psicológicos. Fruto de longa conversa madrugada adentro tentando entender o que importuna uns e outros. Ao entender, consigo dizer o que é impertinente.
(TEMPO) Só o tempo pra deixar tranqüila. Só o tempo pra fazer com que eu não veja mais tantos defeitos e faça com o que eu me desiluda totalmente.





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Um dica, já clichê aqui nesse blog. Mas não posso deixar de divulgar.
JOHN MAYER lançou um single que faz parte do CD "Battle Studies" que será lançado em novembro.
O nome do single é "Who Says" - clique aqui para ouví-lo e muita paz.

Insônia

Sem palavras a proferir.
Sem inspiração também.
Mas com insônia, como nos últimos 30 dias antecendentes a esse.
Amanhã penso em algo pra escrever.
Enquanto isso fico por aqui...
.:.:.:.:.:.:.Vagando.:.:.:.:.:.:.:.
INSÔNIA - GONZAGUINHA

Madrugada em meio, meia-lua
Vento assovia no telhado
Varre a poeira da rua
Tempo batendo no peito
Corpo branco em cama fria
Verdade é o lado aberto
Olhar mais que desperto
Na luz que cai na fresta
E em prata enfeita a festa
Que ecoa em cada canto
Da mente que flutua
Roda, rola, gira, voa
Calor, vão, cama nua
Carinho, mão, do lado
Esse lençol gelado
Esse lençol gelado
E esse sono que não vem

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Relações 2.0


Estava analisando alguns laços amigos que fiz nesses últimos tempos. Conheci pessoas que estavam ao meu lado o tempo todo e eu nem sequer me dava o trabalho de ser simpática. Foi escrevendo nesse blog e abrindo uma conta no Twitter que eu pude ter conhecimento de quem sempre estava ao meu redor, pessoas que tinham diversas afinidades comigo, pensavam muito parecido e às vezes sofriam com os mesmos problemas que eu.
É uma ligação um tanto estranha para quem está acostumado com o método convencional de aproximação com "desconhecidos". Nosso papo se baseia em posts que falam sobre nossas vidas no seu mais puro íntimo. No começo achava meio desconfortável encontrar alguns de meus seguidores aqui do blog ao vivo, pois eu sabia que eles tinham conhecimento do que estava se passando comigo naquele momento. Muitas pessoas com quem eu não conversava muito ficaram sabendo da saudade de eu estava da minha casa, que eu moro em uma república e o que tem nela, muitos leram as minhas fases depressivas. Elas sabem o que/quem eu estou ouvindo, o que eu li. Aí nos encontramos e parece que passamos o dia todo juntos, sendo que nos vemos uma vez por semana durante a aula e nem temos tanto tempo pra conversar, mas não reclamo disso, porque essa situação me fez muito bem. Pude mostrar para muitas pessoas um pouco de mim, aspectos que eu escondia por diversos motivos e que às vezes passavam uma imagem errônea sobre a Thayse, a verdadeira EU.
Nessas loucuras "internauticas" já recebi convites para teatro em outras cidades (apesar de nunca efetivados =]) de uma pessoa que conheci -de verdade- pelo twitter/blog, já desmitifiquei a imagem de um colega que eu julgava ter um espírito fugaz, já criei afeto por uma pessoa que eu sei que tem as mesmas dúvidas que eu, passa por diversos problemas de "preguiça" e questionamentos assim como EU. Nesse blog notei que eu não sou só mais uma a andar por aí, mas também notei que não sou parte do senso comum.
O mais intrigante é quando eu encontro essas pessoas e me sinto íntima delas, quando leio algo sobre elas, algum problema amoroso ou de personalidade e me sinto fazendo parte da vida daquelas pessoas, mesmo que nunca as veja ou que a possibilidade de vê-las seja muito remota.
São pessoas que estão por aí o tempo todo e mostram que a vida é todo dia uma grande surpresa. Por lerem sempre os meus posts, saberem a cada um deles um pouco mais sobre mim e sempre comentarem dando uma força, ou uma dica essas pessoas demonstram muita sinceridade. O fato de acompanharem e aguardarem um novo texto é sinal que realmente querem saber mais sobre mim. - ou não -


Obrigada às pessoas que a partir desse blog fizeram dessa conversa virtual uma verdade.


Um beijo a todos

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Confusões mentais


Um salve às mentes confusas que não se contentam em ficarem sem saber o que fazer e confudem à terceiros.
Que decidem, escolhem e definem conclusões passageiras, para que no dia seguinte mudem completamente o destino, não só das mentes confusas, mas dos povos ao seu redor, também.
Um salve às almas ditadoras que quando perdem sua autoridade, perdem consigo qualquer forma de sobrevivência.
Um recado às pessoas de má fé que se utilizam de qualquer forma de vingança para prejudicarem os outros. Porém, nunca admitindo tal maldade.
Que essas almas permaneçam vagando pelo mundo para que possamos aprender a nos defender delas.
Mando uma glorificação às pessoas de bom coração que suportam essas mentes confusas.
Concluo que as almas suportantes são vencedoras, pois aprenderam dando a "cara a tapa" em sua sobreviência.
Deixo um recado a quem ainda não se deparou com qualquer alma confusa: Prepare-se, porque um dia uma alma dessa irá cruzar o seu caminho fingindo entrelaçar amizade com seu espírito.
Mentes confusas que fingem apoio e que na verdade jamais admitirão que quem precisa de ajuda é a sua confusão exacerbada.
Confusão extrema que se intercala entre responsabilidades decididas e fugitivas.
Responsabilidades que escapam de qualquer compromisso, mesmo que ele - repito - envolva terceiros.
Caminho certo, qualquer um vai encontrar alguém assim. Sejamos permissivos e aceitemos perder uma fração de nossas vidas, tolerando este tipo de ser.

Aviso às pobres almas irresponsáveis: continuem assim, vocês nos ensinam a sofrer, entretanto aprendemos a viver.

-Amém-

"Down to the wire
I wanted water but
I'll walk through the fire
If this is what it takes
To take me even higher
Then I'll come through
Like I do
When the world keeps
Testing me, testing me, testing me".
(Trecho de Vultures - John Mayer)


-No último instante
Eu queria água, mas
Eu irei andar através do fogo
Se isso for preciso
Para me levar mais alto
Então, eu irei até o fim
Como eu faço
Quando o mundo continua
Me testando, me testando, me testando-

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Declaro a ti meu amor. Ó noite querida

Vou lhes contar um segredo. Uma paixão que tenho. Paixão forte, porém sofro um pouco por não poder estar sempre ao lado dela. As convenções não me permitem (convenções, sempre me atrapalhando), os horários não batem. Por sinal, o tempo é o que me impede de aproveitar desse amor que alimento.
AMO A NOITE, AMO A MADRUGADA
Esse amor não significa festas, badalações e agitos. Muito pelo contrário, é justamente pela calmaria que me identifico tanto com essa escuridão silenciosa.
É nesse momento que o mundo para, as pessoas calam-se, os carros são desligados, as portas se fecham e o silêncio prevalece. Nessas horas só escuto o barulho das ondas quebrando ou o vento lembrando que o mundo ainda gira.
Mas convencionou-se que teríamos que trabalhar, estudar e viver durante o dia e a noite seria a hora de descansar para que no outro dia voltássemos a fazer tudo o que fizemos no dia anterior.
Algumas crenças ainda dizem que dormir é como morrer. Ficamos completamente fora de um eixo vital.
Assim a vida segue...
Mas eu trocaria vários dos meus dias de trabalho e estudos para virar as noites.
Usaria as noites pra pensar na vida, planejar meus passos, ver filmes, escrever textos. Faria tanta coisa, como às vezes faço, mas o sono que fica no outro dia faz com que eu me arrependa de pensar o que penso. Costume físico e psicológico de um corpo que ainda trabalha no molde Dia - vida, Noite - Morte aparente.
- A inspiração corre solta pela madrugada: 02:31 AM -
Pra que fechar os olhos para as estrelas?
Perder a vista maravilhosa que se tem daqueles infinitos pontinhos que fazem do céu escuro um ser iluminado?
Por que não aproveitar a brisa que vem sem direção e nos refresca do corpo à mente?
Perde-se muito dormindo a noite.
Perde-se muito também, ficando acordado noite adentro e tendo que seguir às normas de viver o dia para sobreviver.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Como nossos pais


É nas horas de dificuldades que eles aparecem
Na hora em que você acha que já perdeu tudo, que nada tem jeito e que a solução é gritar, chorar e se desesperar
Quando você pensa que a depressão chegou e que nenhuma palavra vai confortar
Chega no limite e a única solução aparente é ficar em casa, sem ver ninguém
Na hora em que falta capital para as contas
Falta vontade pra tudo
E que além da fé, já inexistente em qualquer ser, você fica descrente de tudo
Você não vê em quem se consolar. Não adiantam amigos, irmãos, festas, bebedeiras
É ali no limite da sua paciência que eles aparecem
Com uma simples frase "Se anime, levante cedo e caminhe. Não fique pensando em besteiras que aí sim, a vida vai pra frente"
Sutilmente eles te confortam e mostram uma solução que estava ali na sua frente e você não quis enxergar, ou teve medo de ver e seguir
Você vê que nessas horas eles se desdobram em quantas partes forem necessárias pra te ajudar
Percebe no olhar deles que na verdade eles estão sofrendo por te ver mal
Que as palavras confortantes vem carregadas de sofrimento por estar longe e não poder ajudar da maneira que almejam
São semanas de escuridão pra em dois ou três dias eles colocarem a luz no lugar certo e iluminar o caminho, até então obscuro
Na medida certa que você precisava
Aí sim vem o alívio e a vida começa a fluir de maneira equilibrada
Eles, MEUS PAIS
Minha salvação para os dias de tormento em que eu estava passando
Não precisaram palavras sábiamente filosóficas pra indicar o caminho
Não pouparam nenhuma verdade, mesmo que dolorosa, pra me fazer entender alguns erros
MEUS PAIS como sempre fazendo esse papel, ora de fácil ora árduo

PAIS

"Fathers be good to your daughters
Daughters will love like you do
Girls become lovers who turn into mothers
So mothers be good to your daughters too".
(Daughters - John Mayer)


- Pais sejam bons com suas filhas
Elas irão amar como vocês o fazem
Garotas se tornarão "amantes" e logo serão mães
Então, mães sejam boas com suas filhas também -

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

E as indicações vão para...


Viva, viva!
Ganhei este selo (e repasso) do blog da "loquinha" da Keli e para a brincadeira não parar indico mais alguns amigos.
Grata desde já pela indicação, abaixo as regras:

1. EXIBA A IMAGEM DO SELO "OLHA QUE BLOG MANEIRO" (Copie a imagem daqui mesmo!!!)
2. POSTE O LINK QUE TE INDICOU
3. INDIQUE PESSOAS DE SUA PREFERÊNCIA
4. AVISE SEUS INDICADOS
5. PUBLIQUE AS REGRAS
6. CONFIRA SE OS BLOGS INDICADOS REPASSARAM OS SELOS E AS REGRAS

Eu indico:

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Voa, voa minha liberdade

Após uma conturbação mental com o dia do meu aniversário, resolvi falar sobre música. Música que na minha opinião relaxa a mente e faz pensar na vida. Há tempos conheço as músicas desse cantor por causa do meu pai, que adora ele. Lembro quando eu era bem pequena que fomos no show dele, nem sei que idade eu tinha, mas eu fui. Então, há alguns meses meu pai pediu para que eu gravasse um CD com as músicas do "cara", aí comecei a ouvir e escutar as letras, prestar bem atenção nas palavras e na mensagem que era passada. Admirei-me com a voz suave e ao mesmo tempo (de certo modo) agressiva. Músicas que fazem você pensar na vida e que quando escuto dá aquela vontade mudar o mundo naquele minuto, de sair por aí gritando pra todo mundo se mexer e revolucionar.

JESSÉ

Jessé nasceu em Niterói, mas foi criado em Brasília. Começou sua carreira no início da década de 80. Pelas pesquisas que fiz, pelos textos que eu li, ele nunca fez GRANDE sucesso. O que é uma grande perda, já que ele é um ótimo cantor. Ganhou alguns prêmios por melhor música, melhor cantor naqueles festivais que tinham antigamente nas emissoras de televisão.
- Festivais que também fazem falta. Hoje temos que aguentar "Ídolos" que escolhem os novos cantores populares do Brasil que gravarão novos melohits, que de hits não tem nada -
Infelizmente, Jessé morreu bem novo, com 41 anos. Morreu após um acidente de carro que sofreu.
Não tenho muitas informações técnicas pra falar sobre ele.
Meu parecer sobre ele é que quando ele canta dá a impressão que está desabafando. Tanto que no final das músicas dele sinto que saiu um peso que estava sobre mim. As canções dele são daquelas que a gente fecha o olho e canta fervorosamente.
Eu sugiro que baixem as músicas de Jessé. Vale a pena, principalmente: Porto Solidão, Solidão de Amigos, Voa Liberdade e as interpretações dele das músicas Como nossos Pais e Coração de Estudante. E dou a dica, baixem, fechem os olhos e cantem. Liberta, acalma, tranquiliza.


Voa Liberdade
Voa, voa minha liberdade
Entra se eu servir como morada
Deixa eu voar na sua altura
Agarrado na cintura
Da eterna namorada
Voa feito um sonho desvairado
Desses que a gente sonha acordado
Voa, coração esvoaçante
Feito um pássaro gigante
Contra os ventos do pecado
Voa nas manhãs ensolaradas
Entra, faz verdade esta ilusão
Voa no estalo do meu grito
Quero ser teu infinito
Neste azul sem dimensão
Voa...

Mas só um ( ) Ele é meio indiozinho, né?! = )


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RECADINHOS PAROQUIAIS
Quero deixar um explícito agradecimento aos meus amigos Aline, Andressa e Rafa. Ontem eles fizeram a última hora do meu aniversário a mais feliz, já que as outras foram de muita reflexão e filosofia. Quando cheguei em casa da faculdade a Aline me entregou o presente que eles compraram juntos: o DVD do John Mayer "Where the Light is. Live in Los Angeles".
Obrigada amigos!
Agora posso filosofar mais e mais até meu próximo aniversário... Ao ótimo som desse cantor, compositor, guitarrista........ enfim, ao som do meu querido John Mayer.



terça-feira, 1 de setembro de 2009

Primeiro de Setembro

Uma semana antes do aniversário ficamos fazendo a contagem regressiva pra chegar o dia. Ficamos imaginando quem será a primeira pessoa a mandar o recadinho no Orkut, quem será o primeiro a ligar, a te dar um abraço. Será que aquela pessoa que não vemos há anos vai lembrar? É uma tensão, uma expectativa, uma vontade de ter a noção de que mais um ano passou e que estamos crescendo, envelhecendo e alguns até amadurecendo.
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Mas esse ano, pra mim está sendo bem diferente. Confesso que não queria que esse dia chegasse e como eu sabia que isso seria inevitável, confesso que queria sumir e ficar longe de tudo. Não é medo de envelhecer, nem trauma de infância e nem depressão... Na verdade, não sei o motivo correto.
Estava pensando nas pessoas que vem dar abraços, desejam tudo de bom que há na vida, muito amor, muita paz e toda aquela conversa de aniversário e de que esse dia é meu e bla bla bla. Percebi que não queria isso, que queria que nesse dia eu parasse pra pensar na minha vida e que se passaram 22 anos dela e eu estou cheia de planos e expectativas que não sei bem ao certo se vão se concretizar.
Nesse dia, que dizem ser meu, eu queria que fosse SÓ EU. Comemorar o dia que eu nasci ficou lá trás, exatamente no dia em que eu nasci, esse é o dia da comemoração. Nunca tinha pensado dessa maneira, sempre que chegava o dia do meu aniversário eu ficava feliz e contente, aguardando os parabéns e possíveis presentes. Fazia questão de comentar pras pessoas quando era pra ninguém esquecer. Esse ano não, nem comentei com ninguém, no entanto havia esquecido o lembrete no Orkut e quando me dei conta já estava lá figurando na página de todo mundo. E ontem já começaram os comentários e as anunciações que O DIA estava próximo.
Fico me indagando o porquê que os aniversários são tão especiais. Faço tanta coisa bem mais interessante que ninguém me parabeniza, agora porque eu nasci há 22 anos, as pessoas resolveram me desejar tudo o que há de melhor nesse mundo NESSE DIA, nos outros também?
Será que todos esses desejos são sinceros ou é tudo mera formalidade?
Você que está lendo isso deve estar pensando: “Que pessimismo, hein?!”. Pois é, resolvi parar pra pensar, indagar, filosofar. Cada vez que faço isso descubro coisas que não são exatamente aquilo o que eu queria que fosse, no entanto aceito!
Fiquei semanas tentando evitar o pensamento que esse dia chegaria, embora achasse que um dia antes eu estaria eufórica pra chegar meia noite, mas ao contrário desejei pular o dia 1º e ir direto pro dia 2. A primeira pessoa que anunciou meu aniversário (ainda no dia 31), eu tive vontade de pegar pelos ombros, chacoalhar e pedir por que essa pessoa fez isso comigo? Por que anunciou como se fosse O evento da semana?
Hoje eu queria ficar o dia todo deitada na minha cama, celular desligado, música tranqüila a mil na mente e essa – mente – viajando por tudo o que eu já passei. Queria aproveitar esse dia pra reformular algumas coisas, repensar outras. Queria que esse dia fosse só o meu dia.
Talvez isso tudo seja uma fase ruim, crise da idade ou sei lá o que quer que seja. Mas ainda permanece a minha afirmação de que esse dia é só o primeiro dia do mês de setembro, nada mais.

Nada mais...