Vou lhes contar um segredo, mas um dia gostei de carnaval. Entrava em blocos, agitava nos clubes, nas ruas e com asmarchinhas de carnaval. Chegava na época da data mais brasileira desse mundo e só o que eu escutava eram os axés que estavam na moda. Isso pra mim soa muito com
a crônica do Luis Fernando Veríssimo sobre as drogas que a gente ouve.
Eu esparava anciosa pelo carnaval, para comprar meu kit camiseta e ingressos para as noitadas (apenas camiseta e ingressos, era o que tinha na minha cidade). O carnaval da cidade interiorana de que venho era muito básico: concentração dos blocos e clube, nada mais, além da bebida e drogas pra quem quisesse. As concentrações começavam as 7 ou 8 da noite e a bebida era liberada. Bebia-se muito nessas horas, porque no clube tinha que pagar, então bebida free era muito mais interessante ao som de muito funk e axé. Eu me animava tanto e até ficava triste quando não tocavam a música "Lirirrixa" do Babado Novo.
(A seguir, apenas ironias)
Não sei se já ouviram a música "Lirirrixa" do Babado Novo, mas se não ouviram vou transcrever um pedaço, apenas o refrão para que vocês possam observar a consistência dessa música:
"Lirirrixa
Timbaleia
Badala, badala, badala
Rucutum, tan, tan, tan"
Notem a profundidade que ela passa, algo sem explicações.
Não tenho nada contra a quem ainda curte um carnaval tradicional, com marchinhas, bebidas, sexo e drogas. Mas não vejo muita coisa boa nesse agito de cinco ou mais dias de folia. Pessoas loucas pulando atrás de trios elétricos, bebendo e agitando, que maravilha ser feliz assim, pelo menos alguns dias por ano... porque depois, não se esqueça a vida volta ao normal.
Esses dias li uma pergunta feita no Twitter ao ou por Tico Santa Cruz, se não me engano e, ela era a seguinte: "Por que no carnaval as pessoas se fantasiam?" e a resposta era a seguinte: "Na verdade elas ficam fantasiadas o ano todo e durante o carnaval são elas mesmas". Então, tirei uma conclusão do porquê eu passei a não suportar mais o carnaval, porque eu larguei minha fantasia anual e passei a ser eu mesma durante os 365 dias que o ano possui. Aí as músicas de alegria, felicidade, curta a vida e bla bla bla passaram a serem inúteis porque eu não precisava de músicas carnavalescas de auto-ajuda, porque eu já era feliz sem o carnaval!
Agora eu pulo O carnaval.
Mas se o trio passar? Eu vooooooooooo
Eu voooooooooo
Hey! Hey! Hey!
Porém, o meu carnaval será apenas guitarras, baterias, baixos, etc e tal.
Viva o Rock!
Viva o Blues!
(na foto: Robert Johnson)
(créditos ao site vagalume onde eu peguei a parte da letra "Lirirrixa e à propaganda da MTV que foi de onde eu tirei o título e a idéia do "Pular O carnaval").
Thaza