quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Um litro de liberdade

Esse é um conto que eu mandei por Diogo (Blog DiogoNinguém) para ele fazer um "projeto" de conto em sete pessoas. Como ele -o conto- estava ali guardadinho, não quis desperciça-lo. Então, aqui está ele...

É um dos primeiros contos, contos mesmo, que escrevo. Detonem, elogiem, mas comentem...


Obrigada


- Agora fiz uma rotina de postagens. Toda quarta e sexta. Na quarta as velhas filosofias e na sexta minhas crônicas -






UM LITRO DE LIBERDADE.

Bem no canto da sala escura encontrava-se a garota que um dia havia sido alegre. Ela estava encolhida como se precisasse se proteger de algo, algumas vezes já havia sentido o coração bater mais forte, a sensação que tinha era que estava prestes a enfartar. Nunca imaginou que poderia ser algum problema, talvez a falta de exercícios ou até o fato de não ter muito que fazer faziam-na pensar em problemas e possíveis depressões. O único pensamento que pairava a mente da garota era o velho clichê:
“Não tenho nenhum problema, isso tudo não passa de frescura. Preciso parar de ser assim tão mimada”.
Em uma manhã de segunda-feira foi para aula, como de praxe, pegou a bicicleta e foi pedalando até a universidade. Naquele dia o sol estava a posto e a brisa fazia o favor de espantar o calor que emanava do céu. Os cabelos castanhos voavam com o vento. A vontade que a garota tinha era de fechar os olhos e abrir os braços, ainda não tinha se dado conta de que estava praticamente sozinha nas ruas da cidade, porém isso foi por pouco tempo. Quando notou que não havia carros parados nos semáforos e que por ser tão cedo, as pessoas ainda dormiam, começou a ver a escuridão. Sentiu a perseguição, o coração começou a bater acelerado, a sensação de enfarto voltara e a respiração passou a ficar ofegante.
“Quem está me seguindo? O que querem de mim?” Gritava o pensamento da garota.
Parou a bicicleta e encolheu-se no chão. Colocou as mãos na cabeça e começou a pedir baixinho, como se rezasse, para que parassem de segui-la e fazê-la sentir tanto medo. Quando se deu conta já gritava.
“Saiam daqui, deixem-me em paz”.
Na cabeça da garota, parecia que havia passado horas. Ergueu a cabeça e percebeu que duas pessoas a observavam com medo, logo ela se levantou e garantiu que estava tudo bem. Pegou a bicicleta e voltou para a casa. Não sabia bem ao certo o que fazer, não ligaria para a mãe para não preocupá-la, mas estava internamente desesperada. Sabia que as crises de síndrome do pânico estavam voltando e aquilo a assustava de uma forma desconcertante.
Todos os tipos de pensamento rondavam a cabeça da garota. Já havia pensado em todas as formas de parar com esses medos, mas os pensamentos e as lembranças iam e voltavam em sua mente, não davam trégua para seu sofrimento.
“Eu não sou louca como todos sempre disseram. Não sou louca. Eu não posso acabar com a minha vida por causa de pessoas que nunca me entenderam. Eu não sou louca. Eu não sou louca. EU NÃO SOU LOUCA”.
Quando se deu conta estava encolhida no canto da sala escura, porém naquele momento observou algo que nunca havia pensado que poderia ajudá-la: o litro de Martini. Levantou-se de súbito, encheu um copo com gelo e a bebida, muita bebida. Os primeiros goles entravam em sua garganta como se estivessem envoltos em chamas, mas quando sentiu que seu corpo amortecera e que toda e qualquer coisa que a atormentava havia sumido, bebeu mais. Sentiu naquele momento que a liberdade finalmente chegara. No rádio com o volume ao máximo, um blues. Ela com os braços abertos rodava por toda sala, agora não mais escura. Ela girava e dava gargalhadas de liberdade.
No momento em que se embriagou, percebeu onde estava escondida a liberdade que ela havia procurado por tanto tempo. Há cada crise já sabia a solução, embriagar-se.
Thaza

4 comentários:

  1. UhuruLLLL Thaza! se superando! adoreii o post! qndo falou do martini deu ate cede! hahahahha... adoreii

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  2. Td bem q ela vai virar alcoolatra e provavelmente tenha um probleminha no figado. Mas a solução foi achada... ahhaha

    bj adorei

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  3. Um litro de Martini resolve é????
    Quero um...Quero liberdade!!!! rsrsrs
    bjus

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  4. Um litro de Liberdade.... não podia ser Wisky?

    KKK.. Gostei belo texto bom findi,

    Keli

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