Joguei minha moeda em um poço. Lancei com ela todos os meus desejos mais profundos.
Se fosse coerente me jogaria no poço e eu mesma pediria o que quero, se de fato ele pudesse realizar algum sonho meu.
Larguei a moeda lá e fui atrás do que eu queria.
Um poço inanimado, de concreto realizando sonhos? Não acho possível.
"Faço daqui um novo caminho, se o poço me ajudar tudo bem, mas se eu conseguir, desculpe-me, os créditos são todos meus".
O tempo corre e fica sempre mais e mais curto, vejo o suor escorrendo pela face e o coração batendo, como se fossem as últimas batidas, como se fossem os últimos minutos. Batidas rápidas e ofegantes, respiração acelerada. Não sei se aguento.
Sento-me na grama e ali lanço todos os meus desejos e reflito sobre a vida.
Se fosse coerente ficaria ali sentada a vida toda, mas como o tempo não para, preciso correr.
Será que tem alguém me ouvindo, lendo meus pensamentos? Luz? Homem? Anjo? Deus? Não é possível.
"Faço daqui um novo caminho, se alguém me ajudar tudo bem, mas se eu conseguir sozinha, desculpe-me, os créditos são todos meus".
Levanto-me e sigo em frente, afinal o tempo é um processo mecânico, não vai me esperar mesmo a minha súplica sendo desesperada... ele corre e se eu quiser é eu tenho quem tenho que segui-lo, o contrário? Não é possível.
Paro e penso. Estou no meio do caminho, um pensamento rápido me vem à cabeça. Lembro-me dos meus amigos, familiares, amores e desamores. Mãos que se erguem para qualquer tipo de ajuda, mas tenho certeza que tudo começa a partir de mim.
Thaza